Submarino Classe 212A

Submarino Classe 212A

O U-31 é o primeiro submarino alemão da série U212, e é por isso a primeira classe de submarinos do mundo a contar com um sistema de propulsão independente do ar.

 

 

Navios constituintes da classe
Nr. Nome Estaleiro I.C. E.S. F.S. Situação
  U31 HDW - Howaldtswerke Deutsche Werft n/d 2005 - - - - Em serviço
  U32 Thyssen Nordseewerke - Emden n/d 2005 - - - - Em serviço
  U33 HDW - Howaldtswerke Deutsche Werft n/d 2006 - - - - Em serviço
  U34 Thyssen Nordseewerke - Emden n/d 2006 - - - - Em serviço
  U? (212-B) HDW - Howaldtswerke Deutsche Werft n/d 2012 - - - - Encomendado
  U? (212-B) HDW - Howaldtswerke Deutsche Werft n/d 2013 - - - - Encomendado
IC = Inicio de Construção ES=Entrada no Serviço Activo FS=Final de Serviço Activo

Dados principais Motores
Deslocamento standard: 1450 Ton
Deslocamento máx. : 1830 Ton.
Tipo de propulsão: Gerador AIP - Celulas de combustível
Comprimento: 55.9 M - Largura: 7M
Calado: 6 M. 
Profundidade: 300 M
Numero de tubos: 6
1 x Motor a Diesel MTU-16V396 (4242cv/hp)
9 x Gerador AIP - Celulas de combustível Siemens Sinavy BZM-34 (34KW)
1 x Motor eléctrico Siemens Permasyn (2.85MW)
Tripulação / Guarnição: 27 Autonomia: 14000Km a 8 nós - Nr. Eixos: 1 - Velocidade Máxima: 20 nós

 

 

Misseis
Sistema de lançamento U212TT 8 x Boeing Harpoon UGM 84 (Anti-navio)

Torpedos
- 8 x Atlas Elektronik GmbH DM2-A4 - sistema de lançamento: lançadores U212TT

Radares
- Kelvin Hughes KH-1007 (F) (Navegação - Al.med: 37Km)

Sonares
- Atlas Elektronik GmbH DBQS-40 / Pesquisa activa/passiva

Outros sistemas electrónicos
- Kongsberg MSI-90U (Sistema de gestão de dados combate)

 


 

 


A autonomia deste submarino, varia consoante o tipo de propulsão que for utilizada.
Apenas com a utilização do sistema AIP, o submarino pode atingir 750Km a 8 nós.
Já com a utilização do motor Diesel e o sistema de apoio (Snorkel) que precisa de ar, o submarino fica muito mais «visível» mas a autonomia passa a atingir os 14,000Km e a 6 nós, pode atingir 20,000Km.
Evidentemente que a 6 nós, o navio demoraria 83 dias a percorrer a distância, o que está dentro do limite máximo de autonomia do navio que é de 12 semanas (84 dias).

Espera-se que os submarinos U212 atinjam valores de permanência sem submersão mais elevados que aqueles que até ao momento são reconhecidos. Presentemente, o record está com um submarino alemão da classe 212 que esteve submerso durante 15 dias.

No entanto, o sistema está desenhado para em caso de necessidade superar esses valores.

Um novo U-212
A Alemanha lançou entretanto o segundo lote de submarinos U212, que em principio serão conhecidos como U-212A(batch-2), eventualmente U.212(B2). O sistema de propulsão do U-212(B2) vai utilizar o sistema de propulsão mais moderno que foi instalado nos submarinos U-214.

Além de utilizar o sistema AIP herdado dos U-214, a principal diferença relativamente aos outros U212, terá a ver com a electrónica, pois espera-se que o U-212(B2) seja o mais sofisticado submarino não nuclear do mundo. Ele estará equipado com sistemas especiais de comunicação camuflagem e encriptação de dados que vão permitir estar permanentemente em contacto com a frota, e agir como um elemento mais numa rede de sistemas de defesa que podem agir de forma coordenada.

De entre os sistemas que estarão disponíveis no futuro U212, destaca-se a boia de comunicações «Callisto». Este sistema, que existe na sua forma «civil» e que está a ser adaptado para utilização militar deverá permitir ao U212 estabelecer contacto permanente com o comando de uma força naval.
Trata-se de uma boia, ou na prática um pequeno barco que é rebocado pelo próprio submarino. Não se sabe a que distância a «Callisto» poderá estar do submarino, mas considerando o especial cuidado que os alemães têm colocado na protecção dos seus submarinos, é de esperar que seja rebocada a uma distância segura.

Submarino U212 rebocando uma boia Callisto, que permite a comunicação mesmo com o submarino em imersão


Um sistema deste tipo poderá permitir ao U212 navegar a grande profundidade sem deixar de estar em contacto permanente com outros navios na área ou com outros navios a distâncias muito maiores. Este tipo de sistema permite manter o submarino de forma discreta, apenas como base para o lançamento de mísseis ou torpedos, que são lançados com base nos dados recolhidos por sensores a bordo de outros navios ou a bordo de aeronaves de vigilância marítima ou aérea, ou mesmo de sistemas de radares com base em terra.


Informação genérica:
O submarino do tipo U-212 é inspirado nos projectos do grupo Thyssen que tiveram origem nos anos 70 e que resultaram em vários modelos distintos, de entre os quais se destacam os submarinos fornecidos à Argentina do tipo TR-1700.
Outra grande modificação no projecto resultou no modelo «Dolphin» de submarinos em utilização pela marinha de Israel.

Finalmente, o projecto da Thyssen, com grandes modificações e já depois da consolidação da industria alemã de construção naval, viu as suas linhas redesenhadas e recebeu um sistema de propulsão independente do ar que utiliza células de combustível.
(Tanto o TR-1700 como o Dolphin são tratados separadamente).

O U-212 mantém no entanto grande parte do layout desenhado nos anos 70, com seis tubos para lançamento de torpedos e uma quantidade muito considerável de espaço interno, que permite aumentar a autonomia do navio.

Os submarinos do tipo 212 e derivados, são os primeiros submarinos operacionais da história a dispor de um sistema de propulsão independente do ar (sem recurso à energia nuclear).
A tentativa de criar esse sistema começou nos anos 70, mas entretanto ficou claro que naquele momento tal sistema ainda não tinha atingido a maturidade. Foi preciso aguardar até ao inicio dos anos 90 para que os testes e experiências com baterias de hidrogénio começassem a resultar.

A marinha da Alemanha, que tinha planos para a aquisição de 12 unidades, foi reduzindo drasticamente os pedidos, ficando numa primeira fase limitada a quatro unidades.

A marinha da Italia, que procurava um novo submarino e enfrentava nos anos 90 problemas complicados com o seu desenvolvimento, acabou por concordar em adquirir a licença de fabrico para duas unidades do U-212, que foram construidos em estaleiros italianos.

Apenas as marinhas destes dois países optaram pelo sistema. A Alemanha anunciou já a sua opção pela aquisição de mais duas unidades.